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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Portugueses abusam do sal

Segundo a revista TESTE SAÚDE, dedicada a temas relacionados com o nosso bem-estar, bastam quatro “carcaças” por dia para atingirmos quase metade do valor máximo diário de sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde para um adulto (seis gramas). Se o pão for recheado com uma fatia de queijo, ingerimos, de uma vez só, um grama de sal. Numa sandes de fiambre com manteiga, o valor pode subir para o dobro.
Além dos alimentos que, por norma, contêm muito sal, como o presunto, o chouriço e alguns aperitivos, a associação de consumidores chama a atenção para a quantidade presente nas sopas instantâneas, caldos de carne e refeições pré-preparadas. Por exemplo, uma piza pequena (300 gramas) inclui, em média, cinco gramas de sal, ou seja, 82% do valor máximo diário recomendado.
Os produtos que nos chegam a casa já confeccionados são, pois, responsáveis por uma grande fatia do sal que consumimos. Alguns estudos referem que cada português ingere, em média, 11 gramas de sal por dia, outros apontam para 13 ou 17 gramas. Os valores mais baixos já nos colocam entre os maiores consumidores da Europa e bastante acima do máximo indicado pela Organização Mundial de Saúde.
Portugal é também dos países da União Europeia onde as doenças vasculares cerebrais e o cancro do estômago matam mais gente. Duas doenças que estão associadas, entre outros aspectos, ao consumo excessivo de sal. Este é ainda conhecido como factor que favorece a osteoporose (enfraquecimento dos ossos) e, mesmo, as crises de asma em pessoas com tendência para este tipo de problemas.
A influência do sódio na pressão arterial ainda não está totalmente esclarecida, no caso das pessoas saudáveis. Para quem já sofre de hipertensão, tudo parece mais claro: em 30 a 40% dos doentes, o excesso de sal provoca a subida dos valores da tensão arterial. Nestes casos, reduzir o consumo pode significar uma acção mais eficaz dos medicamentos, refere a TESTE SAÚDE.
As dietas pobres em sal são também benéficas para quem sofra de doenças que provocam retenção de água, como a insuficiência cardíaca ou renal e alguns tipos de cirrose do fígado. Nestas situações, o sal piora o problema, já que provoca maior retenção de água. O mesmo acontece a quem toma certos medicamentos, como cortisona.
Dado que a ingestão excessiva de sal está associada a uma série de problemas de saúde, é indispensável reduzir o seu consumo. Face aos resultados deste estudo, a DECO/PRO TESTE considera que esta tarefa não depende apenas dos consumidores. Por isso, reivindica:
  • um estudo da situação por parte da Direcção-Geral da Saúde. Esta entidade deverá estabelecer metas objectivas para reduzir o consumo de sal, bem como estudar e pôr em prática medidas específicas que permitam alcança-las;
  • a publicação de um “código de boas práticas nutricionais”, que comprometam os fabricantes e os restaurantes a diminuir a quantidade de sal dos alimentos. Uma opção mais drástica seria impor limites por lei;
  • campanhas de informação para os consumidores. Além de esclarecerem sobre os malefícios do consumo excessivo de sal, as campanhas deverão ensinar a diminui-lo, mantendo o sabor da comida;
  • a inclusão de rotulagem nutricional em todos os alimentos. Nesta, o teor em sal ou sódio deverá ser indicado sempre da mesma forma. Por exemplo: a quantidade por 100 gramas e por dose de alimento a consumir.
Aos consumidores, a TESTE SAÚDE aconselha a que diminuam, de forma gradual, o sal que adicionam às refeições preparadas em casa, sobretudo, se as mesmas se destinarem a crianças. No caso dos produtos pré-preparados, convém verificar a quantidade sal (ou sódio) nos rótulos e comprar os que contêm menos. Os produtos ditos “sem sal”, “com baixo teor de sódio” ou “sem adição de sal” podem ser uma boa alternativa.


http://www.deco.proteste.pt/nutricao-e-dietas/portugueses-abusam-do-sal-s341451.htm

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